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Cidade Educadora

Atualizado: 3 de set. de 2019

Este foi o primeiro livro que tive o prazer de organizar, e justamente na companhia

de Moacir Gadotti, diretor fundador do Instituto Paulo Freire, e Alícia Cabezudo, à época

em que ela estava Diretora de “Ciudades Educadoras de América Latina (CEAL) – Direção

de Relações Internacionais. Municipalidade de Rosário, Argentina. Foi uma parceria

também com a Editora Cortez. Publicação de 2004, que lançamos oficialmente neste

mesmo ano, no contexto do Fórum Mundial de Educação de São Paulo, que aconteceu

de 01 a 04 de abril e reuniu mais de 100.000 pessoas.

Diversos autores latino-americanos escreveram neste livro, que foi uma coletânea

de textos sobre a Cidade Educadora, seus princípios e algumas experiências que se

sucederam desde a “Declaração de Barcelona”, de 1990, em Congresso acontecido

naquela cidade, no qual Paulo Freire, como Secretário Municipal de Educação de São

Paulo, representou o governo da primeira mulher nordestina Prefeita da cidade de São

Paulo, Luiza Erundina.

A Cidade Educadora é um movimento que em 2004 já contava com 261 cidades de

30 países, representadas por seus governos locais que assumiram os princípios da Carta

de Cidades Educadoras e se unem, desde lá – claro, Carta esta que vem sendo

atualizada historicamente – com o intuito de trabalhar em projetos de atividades para

melhorar a vida dos habitantes a partir de seu compromisso ativo na evolução da própria

cidade. A Coordenação Geral deste movimento é da Associação Internacional das

Cidades Educadoras (AICE). Sua história e atualidade pode ser encontrada no site desta

Aqui quero destacar a satisfação e as aprendizagens que tive ao assumir com

Gadotti e Cabezudo este árduo trabalho de organização de um livro, de uma publicação

tão importante, que ganhou o Brasil e é referência até hoje. Na verdade, traduzimos textos

de estudiosos e pessoas que, à época, já eram referência neste movimento.

Havia em 1990 e também, ainda, em 2004, um grande otimismo, e uma forte

esperança, do fortalecimento da democracia e do intercâmbio de experiências

educacionais entre os países; não foi por acaso que em 2000 nasceu o Fórum Social

Mundial (Porto Alegre) e, em 2001, com nossa forte presença enquanto proponentes e

membros do Conselho Executivo, da criação do Fórum Mundial de Educação.

Vale destacar aqui algumas ideias-força das Cidades Educadores, para a sua

reflexão posterior e, quem sabe, uma leitura mais aprofundada:


  • Toda cidade é educativa, mas não educadora. Ou seja: torna-se educadora se houver uma intencionalidade política, cidadã e que, portanto, decorra de uma decisão coletiva e participativa.

  • Exige-se a tomada de decisão dos governos locais, além de planejamento com alocação de recursos para que os projetos pensados coletivamente possam ser, de fato, concretizados.

  • É necessário: a) aprender a cidade – conhecer os seus diferentes cenários e experiências; b) aprender na cidade – quando os sujeitos são envolvidos e se envolvem nas ações intencionalmente educativas para transformar a cidade educadora; e, c) aprender da cidade – pois a cidade é uma fonte permanente de informações, que pode facilitar os nossos processos de aprendizagem. Aqui a própria cidade é um agende de educação (BRARDA, Arq. Analía; RÍOS, Lic. Guillermo. Argumentos e estratégias para a construção da cidade educadora. Pgs. 15-44. In: GADOTTI, Moacir; PADILHA, Paulo Roberto eCABEZUDO, Alíeica. (Orgs.). Cidade Educadora: princípios e experiências. São Paulo. Ed. Cortez/ Instituto Paulo Freire; Buenos Aires, Ciudades Educadoras América Latina, 2004).

Desta experiência, criamos e lançamos no Fórum Mundial de Educação de 2009,

em Belém-PA, contexto do Fórum Social Mundial, o Programa “Município que Educa”,

sobre o qual falarei também aqui, num futuro breve.

Termino com poema de Eduardo Galeano, citado neste livro “Cidade Educadora:

princípio e propostas, pelos autores já citados (Brarda; Rios; pg. 28): “Há um único lugar

onde ontem e hoje se encontram e se reconhecem e se abraçam, e este lugar é o

amanhã”.



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