Pedagogia da Práxis... um orientador, uma vida de amizade e trabalho. 25 anos de muita convivência.
- Paulo Roberto Padilha
- 5 de jun. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de ago. de 2019


Este é, em minha opinião, um dos mais importantes e encantadores livros de meu
amigo e mestre, como o chamo sempre, Moacir Gadotti, que conheci em 1994 como meu
professor no mestrado da FE-USP. Recebi o Pedagogia da Práxis em capa dura, das
mãos de Gadotti, em 10 de outubro de 1995, assim que este foi publicado, um ano após
trabalharmos juntos no Instituto Paulo Freire (IPF). A edição foi uma parceria da Editora
Cortez e do IPF. Primorosa.
Paulo Freire prefaciou este livro, escrevendo no início que ele situava Gadotti como
“um pensador progressistamente pós-moderno. Um pensador que, para ter verdades,
sabe que é preciso delas não estar demasiado certo. Mas há certeza a não ser na
incerteza do que parece absolutamente certo” (pg. 11),. Freire disse, no final do prefácio,
que o livro o encantou – exatamente com aconteceu comigo.
De fato, este texto é mais atual que nunca, que nos cai como uma luva para os
últimos anos que estamos vivendo e, sobretudo, este ano de 2019:
A história humana como história da liberdade de homens e de
mulheres pode ser resumida na história da desigualdade e da
luta contra ela. Nessa luta a educação tem um papel primordial
(Moacir Gadotti, p. 1995, pg. 9).
Nesta segunda semana de julho de 2019, eu conversava por telefone com Gadotti
sobre o sentido mais profundo da palavra pedagogia. Falávamos de seu sentido
filosófico, de seu alcance, lembrando que esta palavra nos permite analisar tanto
aspectos positivos, quanto negativos da educação. Positivos, para escancararmos a
necessidade de afirmarmos e escrevermos as nossa pedagogias, como nos ensinou
Paulo Freire e negativos, para denunciarmos processos educativos que nos exigem
análises, críticas, interpretações políticas, denúncias e anúncios, relacionado a tudo o que
acontece também de ruim na educação e que, por isso mesmo, exige estudos, pesquisas
e superações.
A conjuntura nacional e internacional, no campo econômico, ético, ideológico – em
todos os campos, exigem da educação, via pedagogia – que chamo de ciência e arte da
educação – estes destaques. Por isso foi que, certamente, Gadotti escreveu este livro,
que para mim é leitura obrigatória em todos os cursos de graduação e pós-graduação que
estudam a formação de professores e a educação em geral. Estudá-lo, mais que lê-lo,
contribuirá para que quem educa parta do “significado pedagógico da dúvida”, reflita as
“ideias diretrizes para uma Filosofia crítica da educação”, faça uma “revisão crítica do
papel do educador”, “compreenda a “educação e a mudança social” e aprenda muito
sobre a “concepção dialética da educação” e “uma educação voltada para o futuro”.
Como disse antes, é um livro atualíssimo e, complemento agora, um livro também
futurista, o que nos revela mais esta característica de Gadotti, como era também de Paulo
Freire: ambos estavam à frente de seu tempo. Eu que convivi algumas vezes com Paulo
Freire, por 4 anos, e que convivo com Moacir Gadotti há 25 anos, não tenho nenhuma
dúvida de fazer esta afirmação e de recomendar enfaticamente a leitura desta “Pedagogia
da Práxis”.
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