Planejamento Participativo e PEPP: Rumos para 2014
- Paulo Roberto Padilha
- 3 de ago. de 2019
- 3 min de leitura
Tive o prazer de ser convidado para entrevista de capa na Revista Direcional
Educador, ano 9, edição 107 – Dezembro/2013. Era fim de ano, momento propício para
pensar o planejamento do próximo ano e, por isso, o convite, já que vinha me dedicando,
desde 2001, ao tema do projeto político pedagógico da escola (PPP) e, depois, em 2007,
do projeto eco-político-pedagógico da escola (PEPP), quando publiquei meu livro “Educar
em Todos os Cantos”.
Nas páginas 6 a 9 da publicação, discorro longamente sobre o tema e começo
afirmando que planejamento que não entra na sala de aula não “pega”, não convence,
não apaixona… e sem paixão não acontece educação. Hoje, 6 anos após esta entrevista,
num contexto da educação brasileira dos mais conturbados de nossa história,
compreendo que aprofundarmos nas instituições educacionais esta verdadeira temática
do planejamento, é mais ainda necessária. É que falamos de um planejamento
humanizado, criativo, crítico, participativo, que nos ajuda a compreender,
convivencialmente, científica e sensivelmente, a absoluta necessidade da democracia na
escola, na sala de aula, na comunidade e na sociedade na qual vivemos.
A Constituição Federal brasileira de 1988, que afirmou a democracia e a educação
cidadã – Constituição esta que ficou conhecida como Constituição Cidadã – está hoje
sendo desfacelada, atacada, desrespeitada. Vivemos um retrocesso sem antecedente no
Brasil. E este processo vem se aprofundando drástica e rapidamente, bancado pelos 3
poderes oficialmente constituídos no país (executivo, legislativo e judiciário), comandado
pelas grandes corporações econômicas mundiais – de tradição conservadora, de ultra-
direita e fascista - somado à força e à ganância do quarto poder – representado pelas
grandes mídias, pela comunicação que por mais que disfarce, para garantir a sua força,
negocia com os demais poderes suas dívidas econômicas e seu gosto por caminhas
sempre ao lado da “elite do atraso” (Jessé Souza), na “era do capital improdutivo”
(Ladislau Dowbor). O fim de tudo isso, é o enfraquecimento da democracia, o fim dos
direitos dos/as cidadãos/ãs, e o estabelecimento de uma ditadura disfarçada – que é
política-civil-jurídica e apoiada pelo exército.
Corremos riscos até por nos pronunciarmos. Mas o medo não poderá vender a
ousadia e devemos continuar trabalhando forte, resistindo e afirmando a nossa dignidade e
nossa esperança, para que, por meio da educação, que acontece em toda a nossa vida –
por isso, é permanente, consigamos revertes os retrocessos que estamos
experimentando. Isso não é novo, mas, devemos reconhecer: os de hoje têm sido
gigantescos e muito eficiente, na lógica da escravidão de nosso povo e na aposta na
ignorância do mesmo.
Para que possamos construir o processo de resistência, é necessária formação
base, formação cidadã e política, sobretudo com crianças e jovens, mas também,
evidentemente com pessoas adultas e idosas. E a instituição escolar, em todos os níveis
e modalidades, é instância privilegiada pela qual todos passam. Por meio do
planejamento dialógico, todos os segmentos escolares participante, seremos capazes,
mesmo no atual contexto de crise, de transformá-la em oportunidades, gerando projeto
eco-político-pedagógicos que valorizam a vida em todas as suas dimensões e que
oportunizam a ação transformadora sobre o mundo em que vivemos.
Não podemos perder a esperança. Mas devemos planar com esperança sem
espera, colocando a mão na massa, fortalecendo diálogos nas nossas comunidades, nas
nossas escolas, discutindo que mundo temos, que escola queremos, que planeta
sonhamos.
Se a escola já tem seu projeto, é hora de atualizá-lo. Se não tem, é hora de criá-lo,
sem mais espera. E não precisamos necessariamente esperar o final do ano para
começar a pensar no próximo ano letivo. A hora é agora. É disso, e muito mais, que trata
esta entrevista que concedi à Revista Direcional Educador em 2013. Hoje, no contexto da
crise econômica que atinge diretamente as instituições educativas e o mercado editorial,
sei que esta revista não é mais publicada fisicamente., contudo, cópia da entrevista
escaneada. Caro queira receber a entrevista na íntegra, envie-me seu e-mail no
endereço abaixo, que terei prazer em enviar para você, gratuitamente, é claro.
Mas indico também que os fundamentos e orientações práticas sobre o tema de
minha entrevista, pode ser encontrado também em meus livros relacionados ao assunto:
1. Planejamento dialógico: como elaborar o projeto político-pedagógico da escola. São
Paulo, Cortez/IPF, 2001; 9 a edição em 2017); 2. Educar em todos os cantos: reflexões e
canções por uma educação intertranscultural. São Paulo, Cortez; 2007; Ed,L, 2012). Trato
também deste tema em minhas palestras, oficinas e assessorias.


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